Considerado o melhor painel cerâmico contemporâneo, com 41 metros de comprimento e cinco de altura, a "Ribeira Negra" pode ser admirada no início do tabuleiro inferior da Ponte D. Luís, no Porto. É "a última grande obra alegórica feita em Portugal", a "celebração de uma epopeia que o povo encarna e que Resende homenageia através desta representação".
A "Ribeira Negra" tem muitos pormenores da vida do pintor, as suas memórias da zona da Ribeira, das mulheres que carregavam carvão para a margem, "mulheres imensas, estátuas negras, almas luminosas, cachorros e gatos... Todos intérpretes de uma coerência solidária. A Ribeira que jamais saiu de mim", escreveu.
Foi o próprio Júlio Resende que decidiu colocar o painel no muro que antecede o túnel da ponte D. Luís, em vez de o instalar no espaço da Ribeira, já que, no seu entender, afetaria a sua imagem, visto na margem de Gaia. A colocação do painel junto à ponte, num local de passagem, haveria de impor, segundo dizia, "uma leitura em movimento numa sucessão de manchas geometrizadas."
Foi o próprio Júlio Resende que decidiu colocar o painel no muro que antecede o túnel da ponte D. Luís, em vez de o instalar no espaço da Ribeira, já que, no seu entender, afetaria a sua imagem, visto na margem de Gaia. A colocação do painel junto à ponte, num local de passagem, haveria de impor, segundo dizia, "uma leitura em movimento numa sucessão de manchas geometrizadas."
